Tuesday, April 11, 2006

POEMA DE 25 DE AGOSTO DE 2001

(já publicado... mas agora mais um pouquinho)


Você nasce em um lugar estranho
Entre a vida e a música
E me chama ou algo assim...
Não sei o seu nome
Não sei o que é
Mas é como se estivesse sempre aqui
E eu nunca pudesse ter visto você

Um silêncio gritando e doendo
Parece que poderia tocar em você
Mas nem sei se você existe ou apenas...
Insiste em viver.


Como lembranças da adolescência
Um violão esquecido faz tempo
Como carinhos de outras encarnações
Suas cordas desafinadas
Como sussurros de vozes no vento
Seu corpo mal cuidado
Algo se forma e foge de mim
Vejo você violentada na esquina
Como o vento que se vai
Vejo você parindo em uma esquina
E em uma onda do mar do tempo espaço
Você vai
Sempre vai...

Nada posso fazer para trazer de volta o que perdi
Mas gostaria de nascer de novo para voltar pra você
Enquanto isso vai a quadratura do círculo
Pulsando algo entre a vida e a música voando
E do peito pra fora a gente vai caminhando...

Parte II (11/04/06)

E veio o tempo e suas dobras se abrindo
Suas cortinas caindo as do tempo
e veio o vento empurrando seus véus e abrindo
a janela do momento de te ver aparecer sorrindo
finalmente fatalmente desesperadamente existindo

Morri quando te vi e não me vistes... olhos velados pelo tempo
Fechados mas não totalmente
Apenas desconfiados, mas muito
Morri, fui feliz vi a paz cheguei da longa viagem renasci sim, mas morri
Morto e soterrado para sempre, talvez
Fui feliz de novo, algumas horas apenas, mas morri logo então
Mais infeliz que outrora, morri
Como morrem aqueles que nada devem, e tudo por todos sempre pagam
Como morrem aqueles cujo pescoço é freguês dos destinos dos caminhos das veredas dessa Terra

Hoje eu não existo, insisto
e me dissolvo e me espalho
não para ser tudo
mas para não ser nada

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