Friday, April 28, 2006

A ALEGRIA DE VIVER - Krishnamurti

Já alguma vez cogitasses no por que muitas pessoas, ao se tornarem mais velhas, parecem perder toda a alegria de viver? No momento, a maioria de vós, que sois jovens, é relativamente feliz; tendes vossos pequenos problemas, vossas preocupações sobre os exames, mas, apesar dessas perturbações, há, em vossa vida, uma verdade? Há uma espontânea e natural aceitação da vida, uma visão das coisas despreocupada e feliz. Mas, por que razão, ao nos tornarmos mais velhos, parecemos perder aquele ditoso pressentimento de algo transcendental, algo de mais significativo? Por que tantos de nós, ao alcançarmos a chamada maturidade, nos tornamos embotados, insensíveis à alegria, à beleza, ao céu sereno e às maravilhas da terra?
Quando uma pessoa faz a si própria esta pergunta, muitas explicações acodem-lhe ao espírito. Temos muito interesse em nós mesmos - esta é uma delas. Lutamos para nos tornar alguém, para alcançar e conservar uma certa posição; temos filhos e outras responsabilidades, e temos de ganhar dinheiro. Todas essas coisas que se agitam em nosso interior não tardam a deprimir-nos, e perdemos assim a alegria de viver. Vede os rostos dos mais velhos, de vosso círculo de conhecimentos, tristes que são, em maioria, e gastos, adoentados, reservados, alheados, não raro neuróticos, sem um sorriso. Não perguntais a vós mesmos por que são assim? E mesmo quando indagamos o porquê disso, a maioria de nós parece satisfazer-se com meras explicações.
Ontem de tarde vi um barco que subia o rio, de velas brancas, impelido pelo vento oeste. Era um barco grande e transportava pesada carga de lenha destinada à cidade. O sol se punha e a embarcação, desenhada contra o céu, mostrava singular beleza. O barqueiro só tinha de guiá-la; nenhum esforço era necessário, pois o vento fazia todo o trabalho. Analogamente, se cada um de nós compreendesse o problema da luta e do conflito, penso que poderíamos viver sem esforço, felizes, de rosto sorridente.
Para mim, é o esforço que nos destrói, esse lutar em que despendemos quase todos os momentos de nossa vida, Se observardes, ao redor de vós, as pessoas mais velhas, podereis ver que para quase todos a vida é uma série de batalhas consigo mesmos, com suas mulheres ou maridos, com seu próximo, com a sociedade; e essa luta incessante dissipa energia. O homem que vive alegre, verdadeiramente feliz, está livre de todo esforço. Viver sem esforço não significa tornar-se estagnado, embotado, estúpido; ao contrário, só os homens sensatos, altamente inteligentes, estão verdadeiramente livres do esforço e da luta.
Mas, quando ouvimos falar em viver sem esforço, queremos viver assim, desejamos alcançar um estado em que não haja luta nem conflito; tornamo-lo, pois, esse estado, nosso alvo, nosso ideal, e por ele lutamos; e desde esse momento perdemos a alegria de viver. Estamos de novo empenhados em esforço, luta. O objeto da luta varia, mas toda luta é essencialmente a mesma. Um luta pela promoção de reformas sociais, ou para achar Deus, ou para criar melhores relações no lar ou com o próximo; outro senta-se à margem do Ganges ou se prostra devotamente aos pés de um guru - etc. etc. Tudo isso representa esforço, luta. O importante, por conseguinte, não é o objeto da luta, porém, sim, compreender a própria luta.
Ora, é possível a mente não apenas perceber ocasionalmente que não está a lutar, porém estar a todas as horas completamente livre de esforço, de modo que possa descobrir um estado de alegria em que não haja nenhuma idéia de superioridade e inferioridade?
O caso é que a mente se sente inferior e por esta razão luta para "vir a ser" alguma coisa, ou conciliar seus vários desejos contraditórios. Mas, não estejamos a dar explicações sobre por que a mente tanto luta. Todo homem que pensa sabe por que há luta, interior e exteriormente. Nossa inveja, avidez, ambição, nosso espírito de competição, que nos impele à mais impiedosa eficiência - são obviamente estes os fatores que nos fazem lutar, no mundo atual ou no mundo do futuro. Por tanto, não temos necessidade de estudar livros de psicologia para sabermos por que lutamos; e o que certamente, tem importância é que descubramos se a mente pode ficar totalmente livre de luta.
Afinal de contas, quando lutamos, o conflito é entre o que somos e o que deveríamos ou desejamos ser. Pois bem; sem se procurarem explicações, pode-se compreender todo esse processo de luta, de modo que ele termine? Como aquele barco levado pelo vento, pode a mente existir sem luta? A questão é esta, sem dúvida, é não como alcançar um estado em que não haja luta. O próprio esforço para alcançar tal estado é, em si, um processo de luta e, por conseguinte, aquele estado nunca pode ser alcançado. Mas, se observardes, momento por momento, como a mente se deixa colher nesse torvelinho de incessante luta - se observardes simplesmente o fato, sem tentar alterá-lo, sem impor à mente um certo estado que chamais "de paz" - vereis que, espontaneamente, a mente deixará de lutar; e nesse estado ela é capaz de aprender infinitamente. Aprender já não é, então, mero processo de acumular conhecimentos, porém de descobrimento de extraordinárias riquezas existentes além do alcance da mente; e para a mente que faz tal descobrimento, há grande alegria.
Observai a vós mesmo, para verdes como lutais da manhã à noite, e como vossa energia se dissipa nessa luta. Se tratardes apenas de explicar por que lutais, ficareis perdido numa floresta de explicações e a luta prosseguirá; mas se, ao contrário, observardes vossa mente, com serenidade e sem dardes explicações; se deixardes simplesmente que vossa mente esteja cônscia de sua própria luta, vereis que muito depressa surgirá um estado no qual nenhuma luta haverá, um estado de extraordinária vigilância. Nessa vigilância, não há idéia de "superior" e "inferior", não há homem importante nem homem insignificante, não há guru. Todos esses absurdos desapareceram, por que a mente está inteiramente desperta; e a mente de todo desperta está cheia de alegria...
...Afinal de contas, que é "contentamento" e o que é "descontentamento"? "Descontentamento" é a luta pela consecução de mais, e o "contentamento" a cessação dessa luta; mas, não se chega ao contentamento, se se não compreende todo o "processo" relativo ao mais, e por que razão a mente o exige.
Se sois mal sucedido num exame, por exemplo, tereis de repeti-lo, não é verdade? Os exames, em qualquer circunstância, são uma coisa sumamente deplorável, porquanto nada representam de significativo, já que não revelaria o verdadeiro valor de vossa inteligência. Passar num exame é, em grande parte, um "golpe" de memória ou, também, de sorte; mas, vós lutais para passardes em vossos exames e, quando sois mal sucedidos, perseverais nessa luta. O mesmo "processo" se verifica diariamente, na vida da maioria de nós. Estamos lutando por alguma coisa e nunca nos detivemos para investigar se essa coisa é digna de lutarmos por ela. Nunca perguntamos a nós mesmos se ela merece nossos esforços e, portanto, ainda não descobrimos que não os merece e que devemos contrariar a opinião de nossos pais, da sociedade, de todos os mestres e gurus. É só quando temos compreendido inteiramente o significado do mais, que deixamos de pensar em termos de fracasso e de êxito.
Temos sempre medo de falhar, de cometer erros, não só nos exames, mas também na vida. Cometer um erro é coisa terrível, porque seremos criticados, censurados, por causa dele. Mas, afinal, por que não se devem cometer erros? Toda gente, neste mundo, não vive cometendo erros? E o mundo sairia da horrível confusão em que se encontra, se vós e eu nunca cometêssemos um erro? Se tendes medo de cometer erros, nunca aprendereis coisa alguma. Os mais velhos estão continuamente cometendo erros, mas não querem que vós os cometais e, com isso vos sufocam toda a iniciativa. Por quê? Porque temem que, pelo observar e investigar todas as coisas, pelo experimentar e errar, acabeis descobrindo algo por vós mesmo e trateis de emancipar-vos da autoridade de vossos pais, da sociedade, da tradição. É por essa razão que vos acenam com o ideal do êxito; e o êxito, como deveis ter notado, sempre se traduz em termos de respeitabilidade. O próprio santo, em seus progressos para a chamada perfeição espiritual, tem de tornar-se respeitável, porque, do contrário, não encontrará "aceitação", não terá seguidores.
Estamos, pois, sempre pensando em termos de êxito, em termos de mais; e o mais é encarecido pela sociedade respeitável. Por outras palavras, a sociedade estabeleceu, com todo o esmero, um certo padrão, pelo qual mede o vosso sucesso ou o vosso insucesso. Mas, se amais uma coisa e a fazeis com todo o vosso ser, então já não vos importa o êxito nem o fracasso. Nenhum homem inteligente se importa com isso. Mas, infelizmente, são raros os homens inteligentes, e ninguém vos aponta essas coisas. Tudo o que importa ao homem inteligente é perceber os fatos e compreender o problema - e isso não significa pensar em termos de êxito ou de fracasso. Só quando não amamos o que fazemos, pensamos nesses termos.

Tuesday, April 25, 2006

Melancolia outonal

A natureza se preparando para morrer
Folhas caídas em outros lugares
Aqui a alma secando sem querer secar
Frio que vai penetrando a alma gelando a fábrica de sorrisos
Frio outonal mostrando como é triste viver sem você

Mesmo que sempre foi assim nesse frio
Às vezes sofrendo sem você outras com alguém
Mas querendo um querer simples tão simples que parece nem a mão perceber
Que vai escorrendo pelas mãos sempre sem querer
Nem as fogueiras querem mais nos aquecer
Ou as gargalhadas gritadas na noite não espantam mais essa dor fina e funda
Uma flecha dos élfos que não tem peso mas fura e esfria exatamente o ser de todo instante

Quando desço a serra lembro mas aprendo
“Tire o peso do caminho de você”
Só dou esse passo, depois outro e mais este outro
Não preciso carregar todo o caminho comigo
Tristes seres amaldiçoados pelo tempo
O tempo que entra em nossas mentes e nos seca a paz
O tempo que fundo no coração enche tudo de preocupação e solidão
Tristes seres que não podem apenas viver cada momento
Mas preocupados com o que nunca vai existir definham melancólicos e vazios

Aprendo descer subindo sem esforço
E quando sei, um sorriso vai nascendo
E no rosto um brilho que ninguém vê nem compreende
E ninguém vendo vai apagando, pois brilho nenhum serve para ninguém ver
e a melancolia vai renascendo, o sol virando lua, o calor entristecendo
Junto de todos, a solidão maior e o caminho pesando novamente
Incertezas querendo seguranças, pois a paz já se foi seca pela flecha élfica
que mata que seca e definha a paz quando deixamos o eterno e o tempo vai entrando na alma
O outono vai se impondo na alma, só isso
Se ele vem em toda essa natureza, por que minha alma estaria livre disso?
É só o ritmo natural de nossa Terra, só isso
Não é para ter um sentido nenhuma utilidade, é só o que é, só isso
Não se livra disso por uma situação, por uma pessoa, sentimento nenhum nos livra disso
Por que é o ritmo do nosso planeta, só
Os elfos da natureza não nos querem mal, só fazem a natureza entrar na nossa alma sempre, apenas isso
E sua flecha agora é melancolia outonal por que é esse o momento disso, é só
Esse mesmo frio que nada aquece, nem lareira, nem lar, nem cordilheira, nada
Vai fazer crepitar a brasa do que se acende no peito do homem que vive e pensa que sabe que vive
E pensa que sabe que morre, por que pensa que sabe que pensa, mas é tão natureza como qualquer bicho que ele pensa que não sabe de nada
E esfria na hora de esfriar, não é constante nem um eterno marchar para um futuro sempre distante
Nem um lutar, nem um sentido, nem um querer podem matar o império do instante
pingando atrás do outro instante e seguindo pingando seu pingo frio em nossas cabeças
Não é isso nem toda a filosofia do universo que o vai livrar de cada instante
Nem vai abrir um guarda-chuva pra te salvar desses pingos de vida caindo incomodando
A vida outonal é essa não existe esperança só um deserto frio, agora
E é esse mesmo o único paraíso constante que nunca sai nem morre nem apaga ou escorre pelos dedos
Mas eu fujo dele por não ser capaz de o compreender
E fujo do que não compreendo inventando palavras que definam cada instante
Só porque não sei apenas sentir o frio e depois o calor, sem querer no frio um calor, ou no calor uma brisa refrescante
Só porque também vivo amaldiçoado pelo tempo que não existe, mas só na minha mente existe
Só porque lembro do que não existe e o caminho então pesa todo ele de novo agora
E a pena leve de cada momento vira o pesado madeiro subindo a caveira do tempo
E a beleza pura vira a esperança amaldiçoada pelas garras do desespero
E a água limpa que desce da mina viva, se transforma num dilúvio gelado sufocando a paz

Até que novamente o caminho saia de minha cabeça
E eu suporte não compreender nada
E eu aprenda a liberdade de não aprender nada
E o eterno surja numa manhã gelada da alma
E a leveza pureza beleza fique pelada na minha frente
dentro de mim na minha mente
em cima de mim na minha frente
em todo lugar seja apenas outono, sem luta, sem nada
Apenas o que é a natureza terrena feliz por isso, só isso
E então sem peso uma flecha sai do meu próprio viver visível
e vai por todas as direções no mesmo momento belo e incompreensível
atingirá todos os elfos do universo e comungaremos do que existe
e seremos universo, somente isso
sem esperança, sem lembrança, somente a criança brincando com as pedrinhas no chão, e se divertindo com um papelzinho voando no ar ou rindo de pular uma onda no mar
ou de qualquer coisa rindo, mas também chorando se algo lhe machucar
somente essa vida incompreensível que vem e que vai e por isso é bela
somente ela assim totalmente imprevisível e indefinível é que existirá para sempre então

Wednesday, April 19, 2006

O pensamento é a origem do medo Krishnamurti

O pensamento é a origem do medo. Se não houvesse pensamento, não haveria medo. Se nenhum pensamento tivéssemos a respeito da morte (como, por exemplo, “que aconteceria se eu morresse?”) e a morte ocorresse neste mesmo instante, não teríeis medo nenhum. É o pensamento a respeito da morte que vos infunde temor — temor proveniente da experiência do passado e “projetado” no futuro. Notai, por favor, que o que estou dizendo é muito simples. Observai-o vós mesmos. O pensamento resulta do tempo; o tempo é memória. Mas não estou falando acerca do tempo; estou falando sobre o pensamento como tempo. Estamos falando a respeito do pensamento e não a respeito do tempo. O pensamento formou, por meio da experiência, reações autoprotetórias, tanto fisiológicas, como psicológicas. Quando encontrais uma cobra, há uma reação instintiva de autoproteção. Esta espécie de medo, que é autoprotetória, é necessária; porque, do contrário, seríeis destruído; de outro modo, não prestaríeis atenção a um ônibus e correríeis de encontro a ele, ou cairíeis num fosso. Há, pois, esse instinto autoprotetório, o instinto fisiológico de autoproteção, que se formou com o tempo, com a experiência, como memória. Esse instinto reage ao vos deparardes com uma cobra ou um animal feroz, ou ao verdes um ônibus em disparada. Essa reação deve existir, para a mente equilibrada, sã. Mas nenhuma outra forma de medo é saudável, porque foi criada pelo pensamento, pela reação da memória, que se acumulou através de séculos de experiência, e é “projetada” pelo pensamento.
Assim, é necessário compreender o processo do pensar, se desejais compreender o medo e isso significa que deveis compreender o pensador ,e o pensamento.
Notai, por favor, que o que estou dizendo é bem simples; estou dizendo que verdadeiramente penso: isto é realmente simples. Mas, se vos abeirais do que estou dizendo com o vosso condicionamento — isso é que o torna difícil. Não vos aplicais à questão, não escutais o que estou dizendo, com uma mente nova. Vindes para aqui com o que já sabeis, com aquilo que Sankara, Buda ou outro qualquer disse a respeito do pensador e do pensamento; por conseguinte, vos abeirais do que estou dizendo com uma conclusão, com a memória, com conhecimentos prévios; e é isso que torna a questão difícil. Vede-o, por favor. Bem, se desejais aprender algo a respeito do que digo, tendes de pôr de lado tudo aquilo; e só o podeis pôr de lado quando estais em contato emocional com o que se está dizendo.
Como sabeis, segurar a mão de alguém não é um fato intelectual; quando estais em relação emocional com a pessoa, há harmonia, comunhão, há um sentimento entre as duas pessoas. Da mesma maneira, para comungarmos uns com os outros, devemos dar-nos as mãos, emocionalmente, não intelectualmente. Esse mesmo contato emocional, compassivo, afetuoso, deveis ter com o fato do medo, com o fato do pensamento, que vamos examinar. A menos que estejais emocionalmente em contato com o fato, vitalmente, diretamente em contato com ele, não passareis além das primeiras poucas palavras. Enquanto houver divisão entre pensador e pensamento, será inevitável o medo. Vede porque isso acontece: porque há contradição entre o pensador e o pensamento. O pensador está procurando guiar, controlar, moldar, disciplinar o pensamento; mas, por causa dessa divisão, há conflito, há contradição; e onde há contradição, há o impulso para dominá-la, transcendê-la — e aí está a própria essência do medo. Assim, vós tendes de compreender o processo pelo qual surge essa separação entre o pensador e o pensamento, e não aceitar o que outro qualquer disse — não importa quem seja: o mais antigo, mais iluminado dos instrutores, ou o mais moderno. Não aceiteis nada de ninguém, mas investigai sempre. Não sigais ninguém; quando seguis, sois incapaz de aprender. E só podeis aprender se estais investigando sem ter um motivo. Se estais investigando com um motivo, estais apenas adicionando, procurando resolver algo que não pode ser resolvido. Por conseguinte, não sigais o que aqui se está dizendo, nem o aceiteis como verdade evangélica — porque não o é. O que outro diz não é a verdade evangélica; vós tendes de descobrir por vós mesmo, sem nenhuma restrição. E isso só é possível quando sois livre, quando vossa mente é imaculada e compassiva.
Há o pensador e há o pensamento. Sabemos disso. É o que fazemos todos os dias: essa divisão. O pensador é o censor, o pensador é o juiz, o pensador é o centro acumulador de conhecimento, de experiência psicológica, etc. É o pensador que reage a todo “desafio”; e sua comunhão, seu contato com uma coisa se efetua por meio do pensamento — se não pensásseis, não haveria pensador. Essa divisão, esse conflito, gera o medo. O centro, o observador, o experimentador, o pensador, está estabilizado; e o pensamento é errante, move-se, modifica-se. O centro nunca muda; ajusta-se, disfarça-se, cobre-se com novas roupagens, novo verniz, novas características; mas ele lá está, sempre. E esse centro gera o medo, porque “reage” sempre de um ponto fixo, embora possa ser flexível.
O pensamento, pois, institui o pensador; não é o pensador que institui o pensamento; porque, se não há pensamento, não há pensador. É possível não pensar absolutamente, não ter um só pensamento que seja, e esse extraordinário estado mental é que é vazio e, por tanto, contém todo o espaço. Só é realizável esse estado pela meditação. Mas não digais: “Aguardarei o dia em que falareis sobre a meditação; então investigarei”. Não podereis fazê-lo então. Precisais lançar as bases; e para lançardes as bases, deveis estar em contato; e não podeis estar em contato se apenas vos pondes em relação intelectual ou sentimental. Deveis estar em contato totalmente, com todo o vosso ser — vosso corpo, vossos sentidos, vosso coração, tudo o que tendes.
Portanto, deveis compreender o processo do pensamento. Pensar é reação a um “desafio”, pequeno ou grande. Essa reação promana da memória que tendes acumulado. Ao perguntar-vos se sois hinduísta, direis “sim”. Esta “resposta”, ou reação, é imediata, por que fostes criado nessa sociedade, nessa cultura denominada hinduísta, parse, etc. Todo pensar é reação da memória. E memória é associação. A memória resulta de inumeráveis experiências, conscientes e inconscientes. Vede que o que estou dizendo não é nada novo. Qualquer psicólogo, qualquer pessoa que tenha refletido um pouco a esse respeito, vos poderá dizer a mesma coisa; mas, para compreenderdes o processo do pensar e eliminardes totalmente o centro representado pelo pensador, e que gera o medo — para isso necessitais de clareza, precisais de um escalpelo intelectual, para “abrirdes” tudo o que não compreendeis completamente.
Por conseguinte, o necessário não é ter uma autoridade — a autoridade da própria memória, ou a autoridade de vossa experiência, que foi condicionada através de séculos e que criou o “eu”, o “ego”. Enquanto existir esse centro — e esse centro cria a divisão entre si próprio e o pensamento — tem de haver medo. A questão, pois, é de como ultrapassarmos, como nos livrarmos desse centro. Não o traduzais como “ego”, e não junteis idéias de toda espécie a respeito dele; atende-vos ao fato de que existe um centro de onde julgais, avaliais, censurais. Esse centro de experiências acumuladas cria uma divisão entre si próprio e o pensamento. E quando procuramos superar essa divisão e não o conseguimos, gera-se o medo. Se puderdes juntar as duas coisas, não haverá medo; mas não podeis juntá-las, porque só existe um fato que é o pensamento, e não o pensador.
Ao dizerdes “o pensador” — isto não corresponde a nenhuma realidade. O “eu” é um feixe de lembranças, nada permanente; não é mais permanente do que o pensamento. Mas a mente, o pensamento, deseja a segurança; o pensamento deseja permanência; por conseguinte, o pensamento se estabelece como “centro”, e esse centro fala de “Eu Superior Permanente”, “Eu Cósmico”, “Deus”, etc.; mas, tudo é ainda processo de pensamento. Assim, a menos que tenhais compreendido inteiramente o mecanismo do pensar, o medo existirá sempre. Como sabeis, há atualmente certos preparados químicos, drogas, que podem livrar-vos de vosso medo; podeis tomar um comprimido e tornar-vos completamente tranqüilo, sereno, plácido. A ansiedade, o sentimento de culpa, a inveja, e todas as coisas com que o homem vem batalhando há séculos podem ser afastadas com um comprimido. Mas, vede que tomando uma pílula, não ficais livres de vossa mente medíocre, estreita, limitada, estulta. Ela continua existente; vós apenas a narcotizastes, suspendestes o seu funcionamento. O que nos interessa não é oferecer nem tomar pílulas, mas eliminar a mediocridade da mente, quer dizer, a mediocriadade do pensamento; o pensamento é medíocre, porque o pensamento nunca é livre, porque pensamento é reação do que antes foi, em relação com o que virá a ser.
A questão, pois, é esta: é possível, com a compreensão do medo, terminar o pensamento isto é, não deixar o pensamento projetar-se no futuro, e fazer que a mente veja o fato que surge a cada minuto, sem nenhuma “projeção”? Compreendeis? O fato é: tememos a morte. Não estamos falando acerca da morte; isso ficará para outra ocasião; estamos agora falando sobre o temor.
Ora, o pensamento se projeta no futuro. Ele não deseja morrer; não sabe o que ele próprio virá a ser; sabe o que é no presente, com toda a agitação, dor, ansiedade, sofrimento, angústia em que vive; por isso, projeta-se no futuro e sente medo. Porque está confuso, incerto, sem clareza, ele “projeta” uma idéia de permanência, e, por conseguinte, teme não alcançar essa permanência. Tem medo à opinião pública, porque deseja ser respeitável; porque a respeitabilidade é uma coisa muito vantajosa; a sociedade a aprova, considera-a “nobre”. Por isso, ele atemoriza-se com que a sociedade possa dizer, e, assim, busca proteger-se. Tem medo de todos os incidentes conscientes e inconscientes. Mas tudo é ainda processo de pensar. Assim, pois, devemos enfrentar cada fato ao surgir, sem pensamento; observar simplesmente cada fato que surge, como num clarão.
Agora, senhores, vou explicar isso um pouco mais, pois vejo que não sereis capazes de seguir com rapidez. Existe o fato de que tenho medo de minha mulher. O pensamento criou esse fato, minhas ações o criaram, e sinto medo. Estou tomando isso para exemplo; na verdade não tenho medo nenhum, pois não sou casado. Vós podeis pensar noutra coisa que temeis. Eu temo minha mulher. Fiz algo de que me envergonho ou que não desejo que ela saiba. Ou, ela gosta de me contrariar, e eu não quero tal coisa; portanto, acho melhor acostumar-me com ela. E acostumei-me — quer dizer, minha mente aceitou o fato, e essa aceitação se tornou um hábito; não dou mais atenção ao que ela diz. Minha mente, pois, formou um hábito. Essa aceitação (isso é, o ouvir o que ela diz sem lhe ligar importância) corrompeu-me a mente; tornou-a embotada para o fato; isso se tornou um hábito, e eu não ouso quebrá-lo, porque o quebrar o hábito supõe mudança, e eu não desejo mudar. Assim sendo, tenho medo. E esse é o fato.
Mas, como é possível compreender o fato do temor sem interferência do pensamento? Pois o pensamento ou deseja “projetar” o fato, ou aceitá-lo, mudá-lo, modificá-lo, conforme sua conveniência. Entendeis? Como enfrentar o fato de que tenho medo, sem aquele fundo de temor, de pensamento? Porque o pensamento quererá traduzi-lo, interpretá-lo, moldá-lo, negá-lo, livrar-se dele, superá-lo. O pensamento não o compreenderá, porque o pensamento resulta da memória; só é capaz de “reagir” ao que já conhece, sendo, portanto, incapaz de enfrentar o medo. O medo sempre “vem e vai”, não é constante. Embora possa existir permanentemente no inconsciente, o medo não se manifesta continuamente, porém como que em relâmpagos. Como enfrentar esses “relâmpagos” de medo, sem pensamento?
Os que temem permanentemente se tornam neuróticos; têm outros problemas. Mas os que são mais ou menos racionais não têm nenhum medo no inconsciente; enfrentam o medo, ocasionalmente ou freqüentemente, na presença de suas esposas. Assim, ao enfrentardes o medo, deveis enfrentá-lo sem pensamento, enfrentá-lo completamente; e isso significa ter compreendido todo o processo do pensar, intelectualmente, verbalmente, e com compaixão, a qual faculta a exatidão que possibilita o contato imediato com o fato. Enfrentar o fato totalmente significa não apenas enfrentá-lo intelectualmente, mas também emocionalmente. Esse processo de “aprender do fato” não é possível quando vos abeirais do fato com o pensamento que já conheceu, pois o pensamento promana do “conhecido”.
Podeis enfrentar o temor sem o conhecido? Se puderdes fazê-lo, vereis que já não existe temor, porquanto é a projeção do conhecido que o torna existente. A projeção do pensamento, que é resultado ou “reação” do “conhecido”, cria o medo. O pensamento, como tempo, produz medo. E quando compreendeis todo o processo do pensamento e sois capaz de olhar o fato, de ver o fato, de estar em contato com ele emocionalmente, totalmente, então, já não vos abeirais dele com o pensamento, produto do “conhecido”; por conseqüência, vos abeirais do fato de maneira nova. Uma mente nova não teme, uma mente nova investiga.
Dessarte, como disse no começo desta palestra, há necessidade de humildade. A humildade nunca aceita nem rejeita. É arrogância aceitar ou rejeitar. Humildade é aquela extraordinária capacidade aprender, de descobrir, de investigar. Mas, se já tendes uma acumulação de resultados de vossas investigações, então já não estais aprendendo; por conseguinte, deixais de ser humilde. Muito importa termos humildade, porque é essa qualidade essencial que tem afeição. Sem humildade, não há amor, e o amor não é uma coisa que tem raízes na mente, raízes no pensamento. Assim, só desse extraordinário sentimento de humildade resulta o sentimento de exatidão compassiva, e a clareza da mente. É só então que o medo deixa de existir. E quando o medo deixa de existir, quando o medo finda, não há mais sofrimento.
Krishnamurti - 2 de março de 1962.
Do livro: A Mutação Interior – Cultrix

Sunday, April 16, 2006

POSSES

Vou às Posses sábado
Vou ao meu templo
Vou à minha religião:
Natureza.

eu vou...

Vou falar com o oráculo
Vou ver Deus e agradecer
Verdadeiro...
Único...
agradecer a existência Dele
que em mim é

Vou ver minha Mãe, linda!
Nas suas grinaldas esverdeadas azuladas
Vou acariciar a pele da minha Mãe
e ela me ensinará seus segredos... por que confia....

Vou renascer nas águas verdes do verde rio...
Ressuscitar de seu frio
Reascender a chama do calor que sempre viveu em mim...

Ah sim!
Vou ver teus olhos pelas matas...
Pelas montanhas me mirando
Pelos sons dos animais sorrindo
e nos pequenos seres selvagens que espreitam
nas fadas e gnomos que nos vem reconstruir a vida.... quando achávamos que ela já não mais existia...
Vou ver seus olhos escuros... como a imensidão escuridão verdejante da floresta
(adoro também sua testa....rs)
e meu coração... será todo ele festa
que bom!

Risos e gargalhadas lógico também
meus bons amigos todos lá também
alegria da vida que se faz todo dia
das pequenas coisas que somente amigos sabem ver
Papos, piadas e palhaçadas
perfeita sintonia
comunhão

e os elfos acordarão
e nos dirão as sagradas palavras
e nos seguirão nos sonhos
e muitos sonhos nos darão
e nos falarão intuição
e estarão junto perto bem perto
nas tantas batalhas em vão que lutarmos junto aos homens

Sim, pois eles também
os homens acordarão
sim... um dia... uns antes outros depois...
da Grande Dor

Sagrado templo
Linda chama
A ti entrego minha mente, mão... coração
eternamente

Tuesday, April 11, 2006

melhor...

Nossa!!!

Que furacão!! Deixou nada sobre nada... fiquei completamente soterrado debaixo de uma tempestade de areia que vinha de todos os lados, incluindo de mim mesmo, do passado, futuro, tudo. Eita!

Mas lentamente aquela natureza felina vai mostrando as caras... às vezes parece que nem vai dar prá sobreviver mesmo não! E olha, que não é tempestade no copo dágua não, viu? É totalmente FROID!! Sei lá se alguém agüentava metade... nem falo de 1/4 do que rola, por que então ninguém ME güenta mesmo...

To postando, só pra deixar marcado que já to melhorando de leve, devagar, mas certo... Agradeço às coisas como são. No fim acho que nem merecia mesmo tanto. A compreensão é coisa que eu mesmo muitas vezes não sei dar, e sei que recebo com certeza bem mais do que normalmente teria a entregar...

Sabe... as coisas que são, são e ponto. Não queiramos mudar o que é. Deixemos as coisas se mostrarem, sim. Sem essas coisas como julgamentos ou opções. Na vida a gente não tá mais optando por nada. Cada instante só... uma revelação. Só isso. E a vida vai se revelando meio estranhamente, por isso é linda! E agora vejo o quanto.

Nem quero mais saber o que eu quero ou deixo de querer, sabe? Verdade! Já cansei um pouco de querer. Agora a vida é quem quer. Só ela mesmo é quem sabe. O coração, esse continua sendo o motor a quem nunca falseio. Nossa, e ele assusta mesmo, eu sei disso. Ele assusta a mim mesmo, quanto mais aos outros. Mas talvez, no fim, todos os corações assustem um pouco... é coisa deles, talvez.

Nem dava mesmo pra um leonino deixar de viver o coração... somos totalmente coração, a mente tem que acompanhar, tem que ter rapidez pra compreender, e ir às vezes, mesmo sem compreender nada..rsrsrs

Bom. A vida me presenteou com coisas indizíveis. Somente isso que eu quero dizer com clareza. Lógico que para quem é a clareza também é em tudo o que disse. Eu sou eternamente grato à vida. (agora, né? por que antes...rsrs) Mas as coisas são assim mesmo... A escuridão total gera a grande luz, e a negação traz em si a certeza da afirmação. Assim o mundo vai em seu giro aspiralante e a gente nele vai girando e girando, num movimento que não pára e que só traz a certeza de o que é, em si mesmo incondicional e belo, ser eterno, e incompreensível, por isso ser tudo...

Beijos eternais incondicionais

POEMA DE 25 DE AGOSTO DE 2001

(já publicado... mas agora mais um pouquinho)


Você nasce em um lugar estranho
Entre a vida e a música
E me chama ou algo assim...
Não sei o seu nome
Não sei o que é
Mas é como se estivesse sempre aqui
E eu nunca pudesse ter visto você

Um silêncio gritando e doendo
Parece que poderia tocar em você
Mas nem sei se você existe ou apenas...
Insiste em viver.


Como lembranças da adolescência
Um violão esquecido faz tempo
Como carinhos de outras encarnações
Suas cordas desafinadas
Como sussurros de vozes no vento
Seu corpo mal cuidado
Algo se forma e foge de mim
Vejo você violentada na esquina
Como o vento que se vai
Vejo você parindo em uma esquina
E em uma onda do mar do tempo espaço
Você vai
Sempre vai...

Nada posso fazer para trazer de volta o que perdi
Mas gostaria de nascer de novo para voltar pra você
Enquanto isso vai a quadratura do círculo
Pulsando algo entre a vida e a música voando
E do peito pra fora a gente vai caminhando...

Parte II (11/04/06)

E veio o tempo e suas dobras se abrindo
Suas cortinas caindo as do tempo
e veio o vento empurrando seus véus e abrindo
a janela do momento de te ver aparecer sorrindo
finalmente fatalmente desesperadamente existindo

Morri quando te vi e não me vistes... olhos velados pelo tempo
Fechados mas não totalmente
Apenas desconfiados, mas muito
Morri, fui feliz vi a paz cheguei da longa viagem renasci sim, mas morri
Morto e soterrado para sempre, talvez
Fui feliz de novo, algumas horas apenas, mas morri logo então
Mais infeliz que outrora, morri
Como morrem aqueles que nada devem, e tudo por todos sempre pagam
Como morrem aqueles cujo pescoço é freguês dos destinos dos caminhos das veredas dessa Terra

Hoje eu não existo, insisto
e me dissolvo e me espalho
não para ser tudo
mas para não ser nada
Corvos ao longe
Cruzes
Corpos estendidos
Muitos
Dezenas
Centenas
MILHÕES

Sangue em gotas ao chão
Uma a uma
devagar
compassada
pingando...
pingando...
como um relógio
caindo
vermelha
molhada
solitária, solidária
todas como o mesmo destino

Aos corpos mortos

Noite já vem logo
Corvos... sempre voando pela imensidão
A lua, foice ferindo

Sexta feira
Estigmas da solidão extrema

a luz se vai
esvai
mas não caio
nem morro
somente a ferida aberta

Monday, April 10, 2006

Uma taça perdida... e então encontrada
Integralidade emanada do cristal luminoso
Amo você... taça perdida... amo
Coração completo e feliz só agora entende a tranqüilidade do amor
E vejo você e vejo seu escudo de luzes maravilhoso e belo
Amo você, lindo escudo e agradeço tudo para sempre
Sou inteiro hoje, graças a vocês sou assim
Nunca mais quero perder vocês senão a mim é que perco
Quero estar neste templo, de onde veio esta taça também de lá vim
Por isso o amor que tens pelo teu escudo de luz e templo eu o tenho também em mim
idêntico
lá vive meu coração reconheço
hoje o coração reconhece sua origem e fim

e vive
e é livre
e pulsa
e é eterno...

afinal.

(mas a saudade mata...)

Wednesday, April 05, 2006

Brian Weiss - almas gêmeas

"Para cada um de nós, existe alguma pessoa especial. Muitas vezes, existem duas, três ou mesmo quatro. Todas vêm de gerações diferentes. Atravessam oceanos de tempo e profundidades celestiais para estarem conosco novamente. Vêm do outro lado, do céu. Podem parecer diferentes, mas nosso coração as reconhece. Nosso coração as abrigou em braços como os nossos nos desertos do Egito, sob o luar, e nas planícies da Mongólia. Marchamos juntos nos exércitos de generais guerreiros que a História esqueceu, e vivemos com elas nas cavernas cobertas de areia dos Homens Antigos. Há entre elas e nós um laço eterno, que nunca nos deixa sós.
A nossa mente pode interferir. “Eu não te conheço”. Mas o coração sabe.
Ele toma a nossa mão pela primeira vez, e a lembrança daquele toque transcende o tempo e faz disparar uma corrente que percorre todos os átomos do nosso ser. Ela olha em nossos olhos e vemos um espírito que nos vem acompanhando há séculos. Há uma estranha sensação em nosso estômago. Nossa pele se arrepia. Tudo o que existe fora desse momento perde a importância.
Ele pode não nos reconhecer, muito embora tenhamos finalmente nos reencontrado, embora o conheçamos. Sentimos a ligação. Vemos o potencial, o futuro. Mas ele não o vê. Temores, racionalizações, problemas cobrem-lhe os olhos com um véu. Ele não permite que afastemos o véu. Choramos e sofremos, mas ele se vai. O destino tem seus caprichos.
Quando os dois se reconhecem, nenhum vulcão é capaz de explodir com força igual. A energia liberada é tremenda.
O reconhecimento da alma pode ser imediato. Uma súbita sensação de familiaridade, de conhecer aquela pessoa em níveis mais profundos do que a mente consciente poderia alcançar. Em níveis geralmente reservados aos mais íntimos membros da família. Ou ainda mais profundos. Sabemos intuitivamente o que dizer, como ele vai reagir. Um sentimento de segurança e confiança muito maior do que se poderia atingir em apenas um dia, uma semana ou um mês.
O reconhecimento da alma pode ser sutil e lento. Um despertar da consciência a medida em que o véu vai sendo aos poucos levantado. Nem todos estão prontos para ver imediatamente. Há um ritmo nisso tudo, e a paciência pode ser necessária àquele que percebe primeiro.
Um olhar, um sonho, uma lembrança, uma sensação podem fazer com que despertemos para a presença do espírito companheiro. O toque de suas mãos ou o beijo de seus lábios pode nos despertar e projetar-nos subitamente de volta à vida.
O toque que nos desperta pode ser de um filho, de um pai, de uma mãe, de um irmão ou de um amigo leal. Ou pode ser da pessoa a quem amamos, que atravessa os séculos para nos beijar mais uma vez e lembrar-nos de que estamos juntos sempre, até o fim dos tempos."


Brian Weiss – Só o Amor é Real – Uma história de almas gêmeas que voltam a se unir.

Monday, April 03, 2006

Damas e Heróis

Heróis e damas se encontrem!
E se reconheçam!
E vivam juntos para sempre
Que a Maia Má não mais os separe
Nem os confunda

Heróis e damas sejam Um
E sendo o Todo vivam o Amor
Para que a Terra encontre a sua luz
O Sol e a Lua se encontram
Vênus e Mercúrio para sempre se amarão
Júpiter e Saturno se perdoaram
Quando damas e heróis, na Terra se encontraram
e num beijo eterno em uma só existência
se transformaram

Nos ares, anjos alados
E sons de aquarela
Cores azuis branca e amarela
Sorrindo e se unindo
preparam o caminho

Ele a força da virtude
Ela os encantos da sabedoria
Entre eles risos de prazer e alegria
E dos seus peitos e lábios agradecidos
Olhos que se lançam em novos horizontes belos
O Amor

O que a Lei une
Nada mais nunca mais
Separará.